Nosso Lar completa 70 anos de fundação em Limeira

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O objetivo da entidade é acolher e adolescentes em situação de risco. De acordo com diretora do Nosso Lar, Cristina Morimoto, graças à ajuda de parceiros, a cada dia aumenta a força de vontade da equipe em restaurar a saúde emocional dos meninos e proporcionar o conforto de um lar.

“Comemoramos este março com honra e júbilo, pois entendemos que a longevidade de uma instituição é resultado do verdadeiro amor aplicado, solidariedade e dedicação somados a uma vontade imensa de fazer sempre o melhor, contando sempre com a dedicação de todos os seus integrantes e atuantes, quer sejam suas diretorias que se alternam através do tempo, seus funcionários, voluntários em geral, parceiros, entidades governamentais em suas três esferas entre outras”, diz. “Comemoramos também o passado e o presente dos acolhidos que tiveram suas histórias mudadas e construídas a partir de suas vivências no Nosso Lar, reiterando ser este um dos maiores objetivos da instituição: prover auxílio e esperança àqueles que se vêem desamparados”, complementa.

 Fundação

O Nosso Lar, Serviço de Assistência à Criança foi fundado em 1948 por um grupo de senhoras, tendo à frente Lucinda Tank Kühl, que sentiu a necessidade de acolher e educar meninos órfãos. ”Dona Lucinda” ou “Mamãe Lucinda” como era conhecida, se comoveu com a situação em que viviam crianças e adolescentes pelas ruas da cidade e, durante quatro anos, ela e seu esposo acolheram 19 meninos em sua casa, arcando com todas as despesas. Os meninos acolhidos viviam junto com os nove filhos do casal. Após esses primeiros quatro anos, veio a necessidade de um abrigo exclusivo para as crianças acolhidas e, com o auxílio da população limeirense e do então prefeito de Limeira, Virgínio Ometto, o sonho se tornou realidade. Em 1950 foi adquirido do asilo João Kühl Filho, uma área para a construção do prédio próprio, no centro da cidade, onde até hoje funciona o Nosso Lar.

O prédio foi construído entre os anos de 1950 e 1952 e inaugurado em 30 de março de 1952. A entidade chegou a abrigar mais de 100 meninos durante décadas.

Nosso Lar hoje

De acordo com Cristina, atualmente, a organização tem permissão para atender apenas 20 crianças e/ou adolescentes, conforme preconiza o CONANDA, Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, tendo como objetivo favorecer o pleno desenvolvimento biopsicossocial da criança acolhida, assegurando seus direitos estabelecidos no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), oferecendo atendimento personalizado, proteção, moradia provisória dentro de um clima familiar e comunitário através da utilização de recursos da rede, tais como: educação, saúde, projetos socioeducativos, lazer, cultura e esporte.

A entidade conta com uma equipe de funcionários como assistente social, psicóloga, monitoras infantis e outros, além de sua diretoria formada por voluntários. Para cumprir com as demandas, a instituição trabalha em melhorias constantes de suas instalações prediais, incluindo soluções com o objetivo de atender, com qualidade, aos novos critérios escolares durante esses tempos de pandemia como aperfeiçoamento do quadro de colaboradores e das condições de higiene, segurança, imunização, organização e limpeza.

Vale esclarecer que dos proventos necessários ao funcionamento da instituição, 75% são provenientes de doações e eventos, sendo sempre necessário agradecer a todos que colaboram com a instituição.

Depoimento de Acolhidos

O limeirense Reginaldo José Santana, 37 anos, foi levado ao Nosso Lar juntamente com meus dois irmãos mais novos, no ano de 1989, quando tinha apenas cinco anos de idade. “Ao longo dos sete anos em que lá morei, fui muito bem atendido, educado e orientado pelas monitoras. Lá comecei meus estudos musicais com o Fiore, o “Tio da música”, como era chamado pelos meninos e com o professor João Moreira, ambos integrantes da Corporação Musical Arthur Giambelli, da qual faço parte como músico multi-instrumentista há três décadas”, conta.

Reginaldo diz que na instituição aprendeu, desde cedo, os princípios básicos da vida em comunidade, dos cuidados com a casa, bem como os princípios éticos e morais que o acompanham até hoje. “Hoje sou casado, músico, poeta, com duas obras publicadas e graduado em logística. O Nosso Lar, em minha vida, foi de importância fundamental na formação de meu caráter. Aprendi que nada vem fácil, porém quando nos dedicamos e buscamos nossos sonhos podemos ser pessoas de bem e escolher sempre os melhores caminhos”, finaliza.

Carlos Alberto Fiore, 60 anos, foi acolhido pela instituição em 1966. Ele diz que durante os seis anos que esteve lá, recebeu educação familiar, social, profissional, cultural, esportiva, religiosa e escolar. “Durante esse período no Nosso Lar aprendi a gostar de ler, estudar e tive meus primeiros contatos com a rotina da imprensa, como aprendiz na Gazeta de Limeira e no Diário de Limeira”, explica.

Fiore é formado em Comunicação Social e pós-graduado em Teoria da Comunicação. “Nos últimos 28 anos tive a felicidade de publicar 30 livros de poesias, contos e crônicas e participar de mais de 30 antologias literárias. Na música, atuo há 35 anos como baixista na Corporação Musical Arthur Giambelli”, comemora.

“Sou muito grato a Deus e à sociedade limeirense por tudo o que de bom foi plantado em minha vida durante o tempo em que vivi naquele lugar. Sou grato também por ter sido acolhido pelo casal Lucinda TankKühl e Ernesto Kühl e aos filhos do casal que também ajudaram no atendimento às crianças. O Nosso Lar foi minha escola de amor, humildade, trabalho e fé”, conclui.

 

 

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