Comerciantes estudam alternativa para novo espaço

Um dos imóveis cogitados fica na Rua Cunha Bastos, também conhecido como barracão dos Forti - Divulgação

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Segundo Associação, 90% dos boxes foram atingidos pelas chamas; local deve ser reconstruído

 

Tão forte quanto a tradição do Mercadão de Limeira é a tristeza dos comerciantes, funcionários e populares ao ver como ficou o espaço após um incêndio de grandes proporções ocorrido no domingo de Páscoa. Ontem, comerciantes se reuniram para traçar metas sobre o futuro do Mercado Modelo. Um espaço provisório está em análise, assim como alternativas financeiras e jurídicas para a reconstrução.
À noite, lojistas se reuniram na sede do Sindicato Patronal do Comércio Varejista (Sicomércio) com representantes do poder público. Uma reunião apenas com representantes do Mercadão já havia ocorrido durante a manhã.
Do encontro, ficou definida a transferência para um prédio provisório como alternativa de os lojistas poderem reabrir os seus negócios. Presidente do Sicomércio e lojista, Eduardo Hervatin, diz que a mensagem neste momento é que os lojistas estão de mãos dadas e vão lutar para reerguer esse patrimônio histórico. "O Mercadão será reconstruído no mesmo local. Ainda não temos todos os direcionamentos de como será, mas tudo será estudado. Teremos investimento da Prefeitura e também dos comerciantes, mas iremos dar as mãos e estamos unidos para reconstruir o mercado", citou.
Nenhum local ainda foi confirmado. "Essa semana veremos um novo local para ficarmos por um tempo enquanto é feita a limpeza do mercado e levantamento de tudo. A Prefeitura manifestou que irá buscar meios de nos ajudar nesse momento", cita ele.
A reportagem apurou que o imóvel apontado fica na Rua Cunha Bastos, também conhecido como barracão dos Forti. Além disso, na noite de domingo, após o incêndio, o Shopping Nações ofereceu suas instalações para que os lojistas possam reabrir as lojas durante a reconstrução do prédio.
O contato com o presidente da Associação de Lojistas do Mercado Modelo, José Geraldo Benetti, foi feito pela administradora do Nações, Luciana Bragante Nasr. Comerciantes citam que há possíveis outros locais e, por isso, nenhum endereço foi confirmado.
A reconstrução, conforme a Prefeitura, demandará um tempo ainda não estabelecido e que dependerá ainda da perícia, para saber as condições que ficaram o prédio.

PREJUÍZOS

O presidente da Associação dos Lojistas do Mercadão informou que 90% dos boxes internos foram destruídos, assim como as mercadorias. "Foram quase 100% destruídos junto com tudo tinham dentro. A perda foi total, com exceção de quatro lojas que ficam na entrada da Rua 7 de setembro e não foram afetadas. Nas demais, no interior, foram tudo, infelizmente".
Segundo relatos, o fogo começou por volta das 13h e somente por volta das 16h, bombeiros conseguiram controlar as chamas. O trabalho de rescaldo avançou durante a madrugada. A ação envolveu equipes de seis cidades. Conforme a Gazeta mostrou ontem, em sua edição digital, comerciante da Rua Barão de Cascalho disse que pouco antes das 13h ouviu "estouros" e ao olhar para o Mercadão, percebeu a claridade bem no alto do telhado. "Pareciam tiros, ao mesmo tempo em que explodiam, soltavam fogo", disse. "Em pouco tempo, já havia chamas se alastrando para uma região maior", lembra.
À medida que o fogo avançava, donos de lojas alertavam outros comerciantes sobre a tragédia. Muitos não possuíam seguro. Há mais de 25 anos, Marcelo Ferreira Maggiori e sua família mantinham uma loja de artigos diversos no Mercadão. "A vida de todo mundo estava aí, agora vão recomeçar como? Como vai ser daqui pra frente? Todo mundo depende disso aqui pra sobreviver, não tem outra coisa", lamentou. Assim como ele, a maioria não possuía seguro contra sinistros, como o desse domingo. "Há quase um mês fechado, sem ter renda. E agora?", questionou.
O Mercadão abrigava 125 boxes e 68 comércios. Umas das características é que muitas lojas foram passadas de pais para filhos. Famílias inteiras que construíram suas histórias e tiravam seu sustento do trabalho no Mercadão.
Os comerciantes já enfrentavam dificuldades devido à pandemia do coronavírus. Muitas lojas estavam fechadas por causa da quarentena. Na última semana, o espaço, após dias fechado, reabriu para que lojistas que atuam no ramo de alimentação e itens essenciais pudessem voltar a trabalhar. Essas são atividades autorizadas por decreto estadual e municipal.

 

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