Em Limeira, há reclamação de pedidos parados, mas fila única impede informação de dados locais
Diante de constantes reclamações de processos parados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o governo federal tem anunciado medidas. Em Limeira, há processos em espera, porém, os dados do INSS passaram a integrar uma única fila, o que impede o conhecimento da realidade local.
"Estive lá e soube, por servidores, que há muitos processos parados em Limeira e que temos que aguardar. Os profissionais citam que o número de servidores não consegue dar conta de todos os processos que estão parados", cita uma trabalhadora que aguarda o andamento.
O governo federal tem anunciado medidas para reduzir o estoque e acelerar o acesso a benefícios concedidos. Atualmente, no país, são 1,3 milhão de pessoas que aguardam análise dos seus pedidos.
Fazem parte das medidas anunciadas a seleção de 7 mil militares da reserva, em decreto assinado anteontem pelo presidente interino, Hamilton Mourão. Outra ação é a restrição às cessões de servidores do INSS a outros órgãos, simplificação e redução da burocracia no atendimento aos segurados e uma perícia preferencial nos servidores afastados do instituto. Ontem, ele informou que editará medida para convocar servidores aposentados.
Secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho disse que a expectativa é de que, a partir do sexto mês da implementação das medidas, o estoque de pedidos seja compatível com o processamento mensal.
Para agilizar o atendimento, alguns processos serão alterados. Não haverá mais, por exemplo, a necessidade de autenticação de todos os documentos. Os convênios com empresas para auxiliar no envio a documentação do trabalhador devem ser ampliados e os entendimentos das súmulas judiciais devem ser adotados sem litígio.ESTARRECEDORAS
Para o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP), Antonio Carlos Lima, as medidas anunciadas para superar a crise são estarrecedoras. "O governo demite os trabalhadores das empresas que estão sendo privatizadas como Serpro e Dataprev, por exemplo, e convoca militares sem qualquer acúmulo ou experiência pagando 30% dos proventos, o que vai resultar na necessidade de R$ 9 bilhões para pagá-los, enquanto deveria chamar os aposentados da autarquia, que são altamente qualificados; isso demonstra um extremo desprezo pelo conjunto da carreira dos trabalhadores do seguro social e aponta para a tentativa de extinção dela", argumentou.
Lima também cita a redução em R$ 5 bilhões o orçamento da Previdência Social. "A saída é a imediata abertura de concursos públicos para repor a defasagem de 20 mil servidores e a manutenção e ampliação de agências do INSS, para que a população tenha acesso e atendimento digno aos seus direitos sociais e previdenciários. A intervenção militar, e o suposto prazo para a normalização da situação dramática do INSS, serão mais um fracasso anunciado", complementa.
INSS acumula processos; governo anuncia medidas
Ferramentas
TIPOGRAFIA
- PP P M G GG
- PADRÃO Helvetica Segoe Georgia Times
- MODO DE LEITURA