Levantamento mostra que Limeira tem 11 mil empresas inadimplentes

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O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa revelou que, em setembro, 11.065 empresas estão negativadas em Limeira. O índice é 3,7% maior que em relação ao mesmo período do ano passado. As dívidas somam R$231.050.61. Os dados foram fornecidos com exclusividade para a Gazeta.

“Apesar da melhora que temos visto nos números do mercado de trabalho, o aumento na contratação de linhas de crédito mais caras, junto ao aumento dos juros ao longo do ano, contribuiu para comprometer ainda mais a renda, que já sentia o impacto da inflação, e isso permitiu que a taxa de inadimplência voltasse a subir com um pouco mais de força esse ano. Sem contar que ela vinha de patamares historicamente baixos e até certo ponto artificiais. O que temos visto agora, em termos de inadimplência, é algo mais condizente ao cenário econômico, o que não se viu nos anos de 2020 e 2021”, avalia Flávio Calife, economista da Boa Vista.

Em toda a Região Metropolitana de Campinas, o número de empresas cresceu 3,5% com 123 mil CNPJs inseridos no cadastro do Serasa Experian. Ainda de acordo com o levantamento, as dívidas somam R$ 2,6 bilhões. Segundo a MADM Consultorias, o maior problema é que ter o CNPJ negativado traz novas dificuldades para as empresas, o que pode gerar um ciclo negativo capaz de colocar em risco a própria manutenção do empreendimento. 

“Ter o nome da empresa inserido nos bancos de dados de inadimplentes pode comprometer a reputação do seu negócio e prejudicar contratos futuros, especialmente quando realizados com outras empresas. Muitas companhias possuem políticas que impedem a contratação de empresas endividadas. A explicação é simples: uma empresa com dívidas pode ter dificuldades de adquirir insumos e honrar as entregas combinadas e isso é indicado como um risco para a empresa contratante”, avalia.

A melhor forma para evitar que sua empresa seja negativada é fazer um planejamento financeiro realista e ter um forte controle do fluxo de caixa. Isso ajuda a antecipar problemas e tomar decisões mais acertadas. E, atenção: não é verdade que dívidas não pagas expiram em cinco anos. O que acontece é que após 5 anos, a dívida não pode mais gerar negativação do devedor. Ou seja, sua empresa não poderá continuar com o nome sujo por causa dela, mas a dívida continuará existindo e as cobranças continuarão. E novas dívidas (com outras instituições ou referentes a outros contratos) poderão tornar sua empresa negativada novamente.  

No momento em que uma empresa tem seu CNPJ negativado, ela passa a sofrer uma série de restrições. “No momento em que o CNPJ de uma empresa entra no serviço de proteção de crédito, contratar esses serviços tão importantes se torna uma tarefa difícil. Isso ocorre porque a empresa prestadora de serviços verá o negócio contratante como um mau pagador”, explica. O crédito fica ainda mais caro. “Não é nenhuma novidade que levantar crédito no Brasil é uma tarefa difícil, mas essa tarefa se torna ainda mais árdua quando se está com o CNPJ negativado”, destaca.

Por fim, sempre existe a possibilidade de que o credor entre na justiça para receber os recursos a que tem direito. Nessa situação, além de precisar arcar com a dívida e seus juros, a empresa terá custos com um advogado. Além disso, existe uma grande possibilidade de que uma quantia maior precise ser paga, a título de indenização.

“O caminho para evitar que uma empresa seja cadastrada como má pagadora nos serviços de proteção de crédito é administrar de forma eficiente suas finanças. É fundamental que os recursos disponíveis sejam geridos corretamente, para evitar que o negócio atrase algum pagamento. Caso a empresa já esteja com dívidas em atraso, ela deve começar o processo de negociação o mais breve possível. Nessa situação, contar com apoio de profissionais especializados em reestruturação de dívidas e gestão financeira é uma boa opção”, finaliza.

 

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