Líderes religiosos pedem retomada de cultos  

Pastores pediram ao retorno dos cultos e se comprometeram a seguir regras de segurança/ New Covenant

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Representantes de igrejas destacam que adotarão medidas necessárias de higiene e cautela

 

Pressionado por algumas lideranças religiosas, o prefeito Mario Botion se reuniu anteontem, em seu gabinete, com cerca de doze representantes de igrejas de Limeira em busca de um acordo para a flexibilização para a retomada dos cultos presenciais na cidade. O encontro terminou sem definições. A reunião não foi divulgada e poucos líderes foram convidados.

Pastores citaram que são cobrados pelos membros das igrejas que desejam voltar a congregar. Defendem, ainda, que medidas de higiene e cautela seriam tomadas. No entanto, relatam que não há avanço no diálogo com o prefeito. Em Limeira, pela norma vigente, os templos podem ficar abertos para atendimentos específicos.

O pastor Nilton César Santos participou do encontro como representante da Igreja Universal de Limeira. Ele diz que há algum tempo lideranças de várias denominações têm solicitado uma reunião com Botion para tratar o assunto. "As pessoas estão desesperadas e enfrentando um momento muito difícil com essa pandemia. As igrejas oferecem consolo, uma palavra de fé. É importante que possamos voltar. Muitos me abordam desesperados para a retomada dos cultos", cita.

Ele garante que as igrejas se comprometeram a adotar todas as medidas necessárias para evitar o contágio da doença. "Haveria maior número de reuniões, de forma que tenha menos pessoas na igreja. Além disso, tudo seria realizado com as medidas de higiene e de forma a evitar a aproximação. Isso está sendo feito em outras cidades".

Santos afirmou que Botion não acatou os pedidos. "Ele nos disse que não é uma proibição e, sim, uma recomendação. Porém, sem um documento assinado por ele, não temos segurança em voltar com os cultos", complementa.

Sobre essa fala do prefeito, um pastor que pediu para não ser identificado pontuou que Botion "agiu como Pôncio Pilatos, ele lavou as mãos, não tomou decisão". Na Bíblia, Pilatos é o governador que ficou conhecido por se omitir a tomar decisão.

 

CONSELHO DE PASTORES

 

O presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Limeira (Copel), o pastor Anselmo Melo, esteve no encontro. Segundo ele, o posicionamento do conselho, na reunião, foi no sentido de que haja uma flexibilização quanto à abertura das igrejas, obedecendo às orientações do Ministério da Saúde. "A sugestão foi para que as igrejas façam de três a quatro reuniões no domingo, intercaladas, para que não haja aglomeração e se possa respeitar a distância entre os membros e que haja tempo também para a higienização de áreas comuns entre uma e outra reunião", disse.

Segundo ele, a sugestão do Executivo foi para que aguardem o pronunciamento do governador no próximo dia 22, prazo para a quarentena. "Caso esse pedido não seja atendido, nos reuniremos novamente para decidirmos que decisão será tomada".

 

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Diocese de Limeira diz

que seguirá decreto

 

O padre Deivison Rodrigo do Amaral representou o bispo de Limeira, dom José Roberto Fortes Palau, no encontro. Segundo a Diocese, a comunidade foi convidada a participar da discussão com outros líderes religiosos. Afirma que a Igreja Católica visa cumprir as orientações das autoridades da Saúde.

"Independentemente da liberação ou não da Prefeitura, a Diocese de Limeira segue não tendo missas com presença dos fiéis até a nova orientação das autoridades em Saúde. Quando isso ocorrer, aí então, dom José avaliará a questão. As paróquias têm optados pelas celebrações on-line", disse, em comunicado.

Além disso, a Diocese pontuou que ficou acertado entre as lideranças um chamado aos fiéis para fazerem um dia de jejum e oração pelo país. "A Diocese irá apoiar. O dia escolhido é 25 de abril. Serão definidos os detalhes", comentou.

 

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Botion exclui vereadores e limita debate de interesse público

 

O encontro realizado anteontem na Prefeitura contou apenas com a presença dos vereadores Estevam Nogueira, Jorge de Freitas e Lemão da Jeová Rafá. O pastor Nilton Santos esteve, mas na condição de líder religioso.

A vereadora Constância Félix pontuou que, novamente, o prefeito Mario Botion não convidou todos os vereadores a participarem de uma discussão em relação ao combate ao coronavírus, a exemplo do que aconteceu na Prefeitura quando o prefeito se reuniu com empresários. Além disso, apontou discriminação religiosa, pois nem todas as igrejas foram chamadas a participar. "Botion deveria tratar esse assunto com imparcialidade política e de maneira institucional, respeitando a representatividade do poder Legislativo. Entendo que o pedido de flexibilização para a realização dos encontros religiosos, de acordo com normas na saúde, precisa ser amplamente discutido. Esse é o momento de o prefeito unir forças, prezar pelo Legislativo e não dividir a cidade", pontuou.

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